Capítulo 8 - Stella / Sansol
- alexnoguchi2
- May 28
- 3 min read
Updated: Sep 19
28/maio/2025
Missão cumprida. Ufa! Dia difícil!
Originalmente estava programada uma caminhada de 21km até Los Arcos e amanhã seriam 28km até Logroño. Mas, como a previsão do tempo é de calor extremo amanhã (29/maio), com máxima de 33º C, optamos por andar 7km adicionais hoje para amanhã estarmos mais tranquilos.
Saímos eu, o Guy e a Suzana às 6:30am para tentar evitar ao máximo o Sol da tarde. As demais meninas e o Chris ainda não estavam prontos, mas como eles são mais rápidos optamos por sair antes pois eles nos alcançariam tal como no dia anterior. Ainda estava amanhecendo mas estava claro o suficiente para caminhar. Eu me preparei novamente com Compeed (band aid com gel), esparadrapo e duas meias para amenizar a dor das bolhas.
No inicio da caminhada a batata da perna esquerda deu sinais de dor mas depois que esquentou passou. Eu estava bem lento mas consegui acompanhar a Suzana até a primeira cidade (cerca de 2hs de distância), onde compramos um lanche para comer depois e bebemos isotônico.
Na retomada conseguimos ir os três juntos até que eu “quebrei” (gíria de corredores para dizer que chegou na fadiga muscular). Estava um calor infernal e não havia nenhuma árvore para sentar na sombra. Por sorte, cerca de 1,5km depois encontramos um checkpoint. Bebi refrigerante com bastante açúcar e comi o sanduíche para repor as energias. Devia ser umas 10:30am.
Eu mal sentei e os outros dois já estavam se preparando para voltar. Eu até saí junto mas fiquei para trás com muitas dores nos pés. Passamos a nos falar por WhatsApp, mas Los Arcos já estava perto. Cheguei cerca de 15 minutos depois deles, por volta de 12:30pm, e parei no ponto de descanso onde comprei mais àgua e tomei mais refrigerante. Encontrei o Marcio (brasileiro) mas não vi a Suzana nem o Guy.
Tirei a mochila e os tênis e pensei em ficar em Los Arcos mesmo, pois estava muito cansado. Mas então tirei a meia extra e senti um alívio imediato. Parecia que meu mundo tinha ficado mais alegre e colorido. Coloquei o tênis e fiz um teste de alguns passos. Precisava apenas de uma leve ajuste nos cadarços mas eu podia seguir mais 7km com apenas 1 meia. Avisei no grupo de WhatsApp e saí depois de descansar uns 10 minutos.
Esse trecho adicional de 7km é uma reta só, com pouco inclinação e a princípio bem fácil. O problema foi o Sol ardido em um dia onde a máxima foi de 29o C. Sabe quando o calor é tão forte que você vê até miragem? E o mais estranho é que durante a maior parte do tempo eu estava sozinho na trilha. Provavelmente os demais peregrinos optaram por ficar em Los Arcos mesmo. Eu estava tão preocupado com o calor que liguei o modo “flow” e cheguei em cerca de 1,5 h em Sansol.
Ao chegar perguntei ao Guy qual era o albergue e ele me disse que ainda estava no caminho. Ou seja, eu passei por eles em Los Arcos e nem vi. Cheguei em primeiro pela primeira vez. Peguei com ele o nome do albergue sugerido e pedi o melhor quarto disponível. Ele me disse que era um duplex que podia ser dividido em três pessoas pelo preço de 35 euros cada. Eu topei na hora, paguei, dei o nome da Suzana e do Guy e fui tomar banho. O quarto era maravilhoso com cozinha, sofá, cama pronta, toalhas, etc. Mas alegria de pobre dura pouco.
Ao sair do banho vi que o Guy tinha me ligado. Retornei e ele me disse que ninguém ia topar pagar os 35 euros. Ele me disse para descer e ir para o quarto coletivo de 19 euros junto com a turma. E lá fui eu, triste mas conformado. Pelo menos apenas pessoas da nossa turma ficaram no quarto.
Depois pegamos umas cervejas e ficamos conversando enquanto a Hanna tocava um violão que estava largado no hotel. Foi muito bacana.
O grupo todo combinou de jantar a 200m do hotel. Apenas eu optei por comer no próprio hotel porque não queria andar mais. Gosto muito do grupo mas também gostei de comer no hotel em uma mesa grande com diversos outros hóspedes, de diversas partes do mundo. Tinha até uma Coreana que achou que eu também era do mesmo país. Kkkkk
Morrendo de cansaço eu subi para o quarto, escovei os dentes, fiz a barba, refiz os curativos das bolhas e liguei para a minha filha, Naomi. Agora estou no escuro escrevendo o blog torcendo por um dia tranquilo amanhã.
Obs: a música do capítulo de hoje faz referência ao calorão, mas também é uma homenagem para a Halley e Suzana, as australianas da turma.
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