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Capítulo 6 - Pamplona / Puente La Reina

  • alexnoguchi2
  • May 26
  • 4 min read

Updated: Sep 19


26/maio/2025


Ontem novamente dormi mal demais. O hotel era limpinho, tinha cama cápsula com cortina e edredom, eu usei meu fone com cancelamento de ruído, mas não consegui pregar o olho antes da 1am. Tínhamos marcado de encontrar às 7am e obviamente essa falta de sono me afetou.


Não queria comer nada então tomei um suco de laranja e um gel de carboidratos. Comecei bem mal a caminhada. Não foram nem as bolhas que me incomodaram, eu estava realmente fraco. Eu e a Suzana ficamos bem atrás de todos. O consolo foi que conseguimos tirar essa foto incrível dos peregrinos percorrendo um trecho de plantação de trigo.

Se amplirem a foto acima poderão ver peregrinos bem ao fundo
Se amplirem a foto acima poderão ver peregrinos bem ao fundo

Quando chegamos perto da metade do caminho (12 km) paramos para comer um pouco. Quando eu estava sentado, gemendo de dor nas pernas a Suzana me apareceu com uma maçã comprada especialmente para mim. Fiquei até emocionado na hora. Não estou acostumado a ser bem-tratado. A fruta estava uma delicia, muito obrigado, Suzana.


Eu e Suzana
Eu e Suzana

Depois de comer consegui recuperar minha energia e dei uma acelerada no ritmo. Deixei  a Suzana e o Guy para trás para andar um pouco sozinho. Foi muito bom para espairecer um pouco. Não havia nenhum outro peregrino à vista por perto por cerca de 1,5 hora. Eu meditei bastante, primeiramente pensando apenas no ritmo e na respiração. Depois me desliguei completamente e só voltei ao mundo real quando encontrei a Maddie e a Jordan em uma pequena cidade chamada Muruzabal.


Pra variar a Jordan estava morrendo de fome 😀e eu sugeri a elas pararmos para almoçar. A Maddie preferiu seguir, pois faltavam apenas 5km. Eu e a Jordan comemos um sanduíche e bebemos uma cerveja. Descobri que os pais dela estão lendo este blog e fiquei super feliz. Quando voltamos a andar o Chris já tinha chegado no destino final e avisou no grupo de WhatsApp. Ainda bem que a Jordan me avisou porque eu comprei o roaming internacional da Vivo que é uma porcaria.


Jordan
Jordan

Chegamos em Puente La Reina por volta das 3pm. A minha pousada era o primeiro endereço da cidade, então dei um beijo na Jordan e fui tomar meu banho. Eu tinha inicialmente feito reserva na pousada brasileira chamada Estrella Guia. Mas como eles só tentaram cobrar o cartão virtual depois de muito tempo, quando o prazo já tinha vencido. Mandaram-me um email pedindo para atualizar os dados de cobrança ou a reserva seria cancelada. Claro que eu não vi tal e-mail.


Botas usadas como vasos decorativos
Botas usadas como vasos decorativos

Durante o banho tirei os patches das bolhas para lavá-las e descobri que eu não conseguia nem colocar as solas dos pés no chão. Tomei banho usando apenas as laterais externas dos pés e encontrei a Suzana na recepção. Quando eu mostrei a bolha (que não vou postar aqui em respeito aos leitores) ela virou o rosto enojada. Nesse momento apareceu uma senhora oferecendo massagem. Eu topei na hora sem nem olhar o preço. O prejuízo não foi tão grande, 30 euros por uma massagem bem meia boca nas pernas, por 30 minutos. Não ajudou em nada nas dores musculares. Nesse meio tempo a Suzana foi passear na cidade.


Tentei levar algumas roupas para lavar mas as duas máquinas estavam ocupadas. Pensei em ficar no quarto relaxando mas tinha um cara meio estranho lendo kindle na cama ao lado. Não queria falar com ele então fui procurar a turma na cidade. O problema além das bolhas foram as pernas. Dado que o albergue era bem no início da cidade, o centro ficava a cerca de 1 km de distância. Tomei coragem e fui. Não encontrei ninguém e meu sinal de celular estava fora. Quando já tinha desistido e estava voltando, encontrei a Suzana e a Alex. Jantamos juntos o menu do peregrino de 13,5 euros em um restaurante bem simples. Depois de comer nos despedimos e voltamos para nossos albergues. O restante do grupo fez macarrão na cozinha do albergue municipal. Eu até passei na frente dado que era caminho, pensei em dar um alô, mas passei batido porque ainda tinha que andar 1km com as dores e as bolhas.


Ao chegar lembrei de lavar roupas e enquanto aguardava apareceu a Suzana. Conversamos um pouco e depois ela se recolheu para o quarto. Eu aproveitei o tempo restante da máquina de lavar para ligar para a Naomi. Era feriado nos EUA e ela não teve aula. Mas como ela é muito dedicada estava estudando para as provas finais que acontecem em junho. Ao terminar de lavar/secar voltei ao quarto e conheci duas taiwanesas, um francês e um americano, que dividiram o quarto comigo. Eu tenho vergonha de dizer que acabei de falar com eles e já me esqueci dos nomes. Desculpem-me, sou péssimo com nomes.


Agora vou tentar dormir cedo pela primeira vez que comecei a jornada. Amanhã conto se consegui ou não.



Obs: a música de hoje ficou martelando na minha cabeça durante o dia todo. Depois fiquei pensando que eu podia fazer um paralelo da “Infinita Highway” com o “Caminho”. Coloquei o link da versão ao vivo que eu gosto bastante. Desculpem-me os leitores gringos mas tive que colocar uma música brasileira na lista.


 
 
 

2 Comments


J N
J N
May 27

Estou desde o capítulo 4 pensando no Leukotape P que te ofereci pra te ajudar com as bolhas e vc não levou pelo peso. Ahahaha. Mas vai dar certo.


Keep on going!!!! 👊🏼

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alexnoguchi2
May 28
Replying to

Pois é. Mas mesmo com as bolhas estou conseguindo caminhar. Inclusive hoje fui o primeiro a chegar no albergue em Sansol. Daqui a pouco posto no blog o relato do dia.

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