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Capítulo 26 - Ponferrada / Villafranca del Bierzo

  • alexnoguchi2
  • Jun 15
  • 3 min read

Updated: Sep 19

Capítulo 26 - Ponferrada / Villafranca del Bierzo


15/junho/2025


“Retroceder nunca, render-se jamais” (do original “No Retreat, No Surrender”). Quem tem mais de 45 anos vai se lembrar desse clássico do cinema dos anos 80 que tínhamos que assistir em fita VHS pirata (o aluguel da fita original era mais caro), pegando na locadora do bairro, para assistir no videocassete G9 da Panasonic. Foi provavelmente o primeiro filme do Van Damme que assisti. O filme é horrível, mas o título representa meu atual estado de espírito.


Anda, anda, anda…
Anda, anda, anda…

A caminhada foi bem tranquila, sem grandes surpresas. Pelo celular andei 23km, tal como previsto pelo Gronze. Havia diversos sinais durante o Caminho indicando rotas alternativas, mas eu apenas segui a rodovia e cheguei pouco antes das 12pm em Villafranca del Bierzo.


Há um castelo muito bonito logo na entrada da cidade, mas é uma propriedade particular e não está aberto para visitações. Desse modo, segui direto para o albergue, onde tomei banho e aproveitei o sol forte para lavar manualmente a camiseta e a cueca que usei na caminhada. Em seguida fui até a praça central procurar uma farmácia aberta para comprar mais filtro solar e esparadrapo. Estava tudo fechado porque era domingo (aqui a gente perde a noção do tempo) e então só me restava almoçar e beber uma cerveja.


Castelo de Villafranca del Bierzo
Castelo de Villafranca del Bierzo

Eu pedi um menu pelegrino e fiquei muito contente quando vi entre as opções “ensalada mixta” e “churrasco de cerdo”. Veio bastante verdura e uma bisteca grelhada muito boa. Logo em seguida o Chris Polaco chegou e batemos papo. Estava muito quente e ambos ficamos com aquela preguiça pós-almoço. Acho que esse negócio se siesta é contagioso, pois ambos voltamos aos respectivos albergues para dormir um pouco.


Finalmente uma carne decente
Finalmente uma carne decente

Enquanto eu tirava uma soneca chegou uma americana super esquisita para dividir o quarto. Ela trouxe um tripé e uma câmera super pesados, montou em frente à própria cama e começou a gravar vídeos. Depois fez o mesmo no jardim. Eu hein! Fiquei com medo dela e voltei para o centro da cidade levando meus documentos e dinheiro.


O Chris também apareceu e encontramos o Coleman, a Julia e o Leon logo em seguida. Pedimos o jantar e depois apareceu o Jesus, a Kas, a Bronwyn (País de Gales) e um australiano cujo nome não lembro. Mesa grande, com pessoas das mais diversas origens. Foi muito bacana.

Eu, Coleman, Louis, Leon, Julia e Chris
Eu, Coleman, Louis, Leon, Julia e Chris

Voltei cedo para o albergue porque o dia seguinte será muito difícil. Vocês podem ver pelo gráfico abaixo (eu vou andar da direita para a esquerda) a evolução da altitude. Estamos falando de 700m nos últimos 10km. Para se ter uma noção, a Imigrantes tem cerca de 21km de serra e quase a mesma altitude (762m). Ou seja, vou despachar a bagagem e rezar para aguentar mais este desafio. Pelo menos dizem que a vista é muito bonita em Cebreiro, a primeira cidade da Galícia.


O gráfico deve ser interpretado da direita para a esquerda, pois estou andando em direção ao oeste
O gráfico deve ser interpretado da direita para a esquerda, pois estou andando em direção ao oeste

A previsão do tempo não ajuda. Amanhã deve ser um dia bem quente, com máxima de 32º C e não encontrei nenhum albergue com quarto privado disponível. Vou mandar a mochila para o albergue publico mesmo e dormir em um quarto de 50 pessoas. Só vou tentar chegar antes das 3pm para conseguir o andar de baixo de uma beliche.


Termino por aqui o relato diário. Rezem por mim, porque amanhã a etapa deve ser tão difícil quanto foi nos Pirineus.


Buen Camino



Obs: escolhi mais uma música de comercial de cigarro. O sujeito que escolhia as canções da Hollywood realmente tinha muito bom gosto. Essa é uma daquelas que nos faz lembrar de coisas boas.


 
 
 

1 Comment


J N
J N
Jun 16

🙏🏼

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