Capítulo 22 - León / San Martin del Camino
- alexnoguchi2
- Jun 11
- 3 min read
Updated: Sep 19
11/junho/2025
Acordei às 6am e segui a rotina matinal sem grandes mudanças. Olhei a previsão do tempo e não havia expectativa de chuva no período da manhã. Deixei a mochila na recepção para despachar porque queria dar uma folga para minhas pernas. Seriam apenas 25km, mas eu estava com preguiça. E como preguiça é pecado e o castigo veio a cavalo, como diria minha mãe.
Quando cheguei no albergue, por volta de 12:33 pm, fiz o check-in e perguntei à recepcionista onde estavam as mochilas do Jacotrans (serviço de entrega). Ela me apontou uma salinha e notei que a minha não estava lá. Na hora já subiu aquele calorão de quando a gente faz besteira. Liguei na empresa e me disseram que ninguém havia solicitado retirada de bagagem no hostel em que eu estava. Eu disse que deixei na recepção às 6:30am e avisei a recepcionista. Ele disse que ninguém solicitou e o máximo que podia fazer seria enviar amanhã para a próxima cidade. Em suma, eu deveria ter avisado a empresa por WhatsApp e não o fiz. Como em todos os outros lugares sempre havia outras mochilas para despachar eu nunca avisei e sempre deu certo. Foi mais sorte juízo. No final das contas, para não ficar sem minhas coisas, pedi para um táxi trazer a mochila, paguei caro e tive que esperar para tomar banho. Mas acabou dando tudo deu certo porque, enquanto esperava, fiquei bebendo cerveja com um espanhol muito bacana chamado Juan Jose, de Madrid,

E olha só que engraçado. Falando com o Juan Jose sobre os mistérios do Caminho, eu comentei sobre a moça que vejo sempre andando no sentido contrário. Na hora ele disse que sabia de quem eu estava falando. Mostrei a ele a foto da moça e ele confirmou que também a viu várias vezes e nunca entendeu o que ela faz. Preciso falar com ela na próxima vez que a cruzar.
Quando minha mochila chegou fui tomar um banho e depois fui até a piscina onde fiquei conversando com um americano de L.A. (está uma bagunça lá) e um italiano de Verona sobre amenidades. O tempo começou a virar de repente e parecia que ia vir uma tempestade. Voltei pro quarto e tirei um cochilo ouvindo música no fone até o horário do jantar. Choveu praticamente nada.

Comi o “menu pelegrino”, de macarrão e frango, junto com um outro espanhol chamado Jesus. Ele curiosamente nasceu em Santiago de Compostela e agora mora na Florida com a esposa e três filhos. Ele disse que se lembra de ver os peregrinos chegando na cidade quando era criança e sempre teve o sonho de fazer o mesmo. Agora finalmente está percorrendo o Caminho pela primeira vez.
Depois do jantar fui para o jardim pegar um pouco de Sol (aqui fica claro até as 10:00pm), responder e-mails e escrever meu blog. Estou recebendo alguns e-mails por conta do blog e acho muito bacana. Procuro responder rapidamente, mas tem dias que não tenho tempo nem de arrumar a mala direito.
Durante a elaboração do blog diário o Juan Jose veio me pedir o link do site. Ele começou a ler na hora e me mandou uma mensagem dizendo que adorou a citação da música do Jethro Tull no Prefácio. 😀

Pouco antes de dormir falei com minha filha que está muito animada com as férias de verão se aproximando. Não sei se já comentei aqui mas ela vai vir à Espanha na mesma semana que eu volto para casa. Infelizmente não vamos nos encontrar aqui, mas depois vamos passear muito no Brasil.
Por hoje é só pessoal. Amanhã 25km até Astorga. Continuem rezando por mim. Faltam ainda 300km. Não está nem perto de acabar.
Buen Camino
Obs: para quem não conhece, o Richie Sambora foi o guitarrista do Bon Jovi na época áurea. Ele fez um disco solo em 1998 e nesta música podemos ver o quanto a guitarra dele contribuiu para o sucesso da banda de New Jersey.



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